O avanço da Inteligência Artificial (IA) tem se tornado uma preocupação para diversas profissões, incluindo a dos dubladores, especialmente quanto à utilização de suas vozes para criação de conteúdos audiovisuais sem autorização prévia.
Levando isso em conta, um grupo de dubladores que atua no país lançou um vídeo exigindo o estabelecimento de regras para regulamentar o uso de inteligência artificial generativa na criação de conteúdos audiovisuais.
De acordo com o portal NHK World Japan, a campanha foi lançada pelos dubladores Yamadera Koichi, que emprestou sua voz a personagens de animes famosos como Dragon Ball Z e One Piece, Kaji Yuki, e outros 24 profissionais do ramo. O objetivo é defender a criação de diretrizes claras para o uso de IA em conteúdos gerados artificialmente.
Segundo o Sindicato dos Atores do Japão, que representa muitos dubladores, já foram confirmados casos em que conteúdos foram criados sem permissão com o uso de IA e posteriormente disponibilizados online ou vendidos. Por exemplo, vozes simuladas de personagens populares de animação foram geradas para cantar músicas que não fazem parte da obra original.
O vídeo da campanha, denominada No More Mudan Seisei AI, contou com a participação de seis dubladores. Um deles, Yamadera, afirmou que o uso comercial dessas vozes sintetizadas é inaceitável e que compartilhá-las online é extremamente problemático.
O grupo planeja lançar vídeos da campanha regularmente por meio das redes sociais e outras plataformas, com foco em combater o uso indevido de suas vozes por IA. Kanai Mika, outra integrante do grupo, declarou que ficou triste ao testemunhar alguém parecido com ela falando e cantando sem sua permissão. Ela acrescentou que espera que regras sejam criadas para permitir a coexistência com a IA, estabelecendo limites claros sobre o que é aceitável ou não.
Problemas no uso de vozes de profissionais
Um dos principais pontos levantados pelos dubladores é que o uso e comercialização de suas vozes sem permissão afeta diretamente o sustento desses profissionais. Como disse um dos dubladores, trata-se de sua “sobrevivência”.
Além do Japão
O tema também já foi debatido no Brasil. Em janeiro deste ano, um grupo de dubladores conhecidos no país lançou um movimento pedindo a regulamentação do uso de IA em produções audiovisuais, pelo mesmo motivo que o grupo japonês.
De acordo com o manifesto da campanha Dublagem Viva, o objetivo não é impedir o avanço tecnológico, mas garantir que a IA seja apenas uma ferramenta de criação, sem substituir os criadores humanos.
Conclusão
Diante do risco iminente à profissão, os dubladores vêm buscando alternativas para garantir a regulamentação de seu trabalho e evitar que seu “ganha-pão” seja utilizado indevidamente, independentemente do país.
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Fontes: NHK, ANN e G1