A operadora Tohoku Electric Power retomou ontem, terça-feira (29), as operações da usina nuclear de Onagawa, na província de Miyagi, no nordeste do Japão, mais de 13 anos após sua desativação devido aos danos causados pelo terremoto e tsunami de 2011.
Impacto do desastre de 2011
O desastre de 2011 causou sérios danos ao reator nº 2 da usina de Onagawa, que ficou desconectado de muitas de suas fontes externas de energia e teve suas instalações subterrâneas inundadas. Desde então, a companhia se empenhou em implementar medidas de segurança aprimoradas.
Novas medidas de segurança
Nessa nova fase, a Tohoku Electric Power adotou reforços significativos contra desastres naturais. Entre as principais modificações está a elevação das muralhas de proteção contra tsunamis, que agora chegam a 29 metros acima do nível do mar. Em 2020, o reator nº 2 passou por uma rigorosa avaliação da Autoridade Reguladora Nuclear, e desde então foram realizadas obras para reforçar a segurança, concluídas após inspeções do governo central.
Na noite de ontem, a Tohoku Electric Power removeu as hastes de controle, reativando o reator. A previsão é que a geração de energia seja retomada no início de novembro.
Um reator histórico
O reator nº 2 é do tipo água fervente, o mesmo da danificada usina Fukushima 1. Ele é o primeiro desse tipo a ser reativado após o desastre de 2011 e o primeiro na área afetada pelo tsunami a retomar operações. Até o momento, os 12 reatores reativados desde o desastre estavam localizados no oeste do Japão, tornando o reator de Onagawa o pioneiro no leste do país a ser reativado.
Compromisso com a energia nuclear
O governo japonês mantém a meta de ampliar o uso de energia nuclear para concretizar uma sociedade de baixo carbono e garantir um fornecimento de energia estável. Em dezembro, espera-se a reativação do reator nº 2 da usina nuclear de Shimane, operado pela Companhia de Energia Elétrica de Chugoku. Outras empresas do setor também planejam reativar instalações como as usinas nucleares de Kashiwazaki-Kariwa, em Niigata, e Tokai 2, em Ibaraki, buscando obter a aceitação dos moradores locais.
Relembre o desastre de 2011
Em 2011, a região foi devastada por um mega terremoto seguido de um tsunami, que desencadeou um acidente nuclear na usina de Fukushima, a 260 quilômetros ao norte de Tóquio. O tsunami causou a morte de mais de 18 mil pessoas, e o acidente em Fukushima forçou a evacuação de 160 mil residentes próximos à área. Esse desastre é considerado a maior catástrofe enfrentada pelo Japão desde as bombas atômicas de Hiroshima e Nagasaki, em 1945.
Na usina de Onagawa, a mais próxima do epicentro do terremoto, houve um incêndio na sala de turbinas, mas ele foi rapidamente controlado. A usina foi protegida por uma muralha de 14 metros de altura, construída em uma parte elevada, o que evitou danos ainda maiores.
Conclusão
A reativação da usina nuclear de Onagawa marca um avanço significativo para a segurança energética do Japão, mas traz também à tona lembranças do devastador desastre de 2011. Com medidas de segurança reforçadas e um planejamento voltado à redução de carbono, o governo japonês sinaliza o retorno cauteloso da energia nuclear ao país, priorizando a aceitação da população e o fortalecimento das infraestruturas de proteção.
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Fonte: NHK e CNN