Um levantamento do governo do Japão revelou que cerca de 330 mil bebês nasceram no país entre janeiro e junho deste ano, o que indica que o total anual de nascimentos pode ficar abaixo de 700 mil pela primeira vez desde o início dos registros.
O Ministério da Saúde, Trabalho e Bem-Estar Social divulgou os dados demográficos na terça-feira. O número aproximado de nascimentos, excluindo os estrangeiros, no primeiro semestre de 2024 foi de 329.998. Esse total representa uma redução de 22.242, ou 6,3%, em relação ao mesmo período do ano anterior. Em comparação com os números de 2014, o recuo é ainda mais expressivo, com uma queda de 30,7%.
Além disso, os dados indicam que 727.288 bebês nasceram em 2023, o número mais baixo desde que os registros começaram, em 1899.
Falta de instalações de parto
Além da baixa natalidade, o NHK World Japan destacou em outra reportagem a crescente escassez de instalações de parto em diversas regiões do Japão. Cerca de 60% dos municípios enfrentam essa falta de infraestrutura, o que está diretamente relacionado à queda no número de nascimentos e à escassez de profissionais da medicina.
Dos aproximadamente 1.700 municípios do Japão, 1.042 não possuem estabelecimentos médico-hospitalares com instalações adequadas para parto. Esse levantamento foi realizado entre setembro e outubro, com a participação de governos provinciais. Em províncias como Hokkaido, Fukushima, Tottori e Kochi, mais de 80% dos municípios não têm instalações para parto.
A situação é ainda mais preocupante quando comparada a dez anos atrás, com 35 governos provinciais relatando um aumento no número de municípios sem essas instalações.
Como alternativa, algumas prefeituras oferecem reembolso parcial das despesas de transporte e acomodação para gestantes que precisam se deslocar para realizar consultas médicas na data prevista para o nascimento. Muitos governos locais acreditam que a falta de médicos é a principal causa do problema. Eles explicam que o envelhecimento dos profissionais em clínicas particulares tem levado à diminuição do número de estabelecimentos com capacidade para realizar partos. Algumas prefeituras têm proposto a centralização e integração das funções médicas como forma de lidar com a redução nas taxas de natalidade e com a falta de profissionais.
Conclusão
O Japão enfrenta uma crise demográfica que se agrava com a redução no número de nascimentos e a crescente escassez de instalações adequadas para o parto. Esses fatores estão intimamente ligados à falta de profissionais da saúde, especialmente médicos, e ao envelhecimento da força de trabalho médica. Embora algumas soluções locais, como reembolsos de despesas, possam aliviar parcialmente o problema, é fundamental que políticas públicas mais amplas sejam implementadas para incentivar a natalidade e garantir que todos os cidadãos, independentemente de onde residem, tenham acesso a cuidados médicos adequados durante a gestação e o parto. Caso contrário, o país poderá enfrentar sérias consequências sociais e econômicas a longo prazo.
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Fonte: NHK